Mateus 5.7 -- "Os misericordiosos"

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Mateus 5.7

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Introdução
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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PRIMEIRO vamos conversar sobre como tais palavras nos deixam “numa situação um tanto quanto problemática”.
Quero começar aqui com uma citação de Fergurson, que diz:
Jesus quer dizer que nós receberemos misericórdia somente se, antes, formos misericordiosos? Com certeza, é isso o que Ele quer dizer. Disso, CONTUDO, não se implica que a causa de recebermos misericórdia é porque fomos misericordiosos, COMO SE tivéssemos merecido a misericórdia de Deus.
Quanto ao que Nosso Senhor fala sobre misericórdia, não há nenhum problema. Ele usa posteriormente - no mesmo sermão - o ensino sobre o perdão. Como está escrito em Mt 6.15:
se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.
Algo similar é comunicado à nós quando a parábola do credor incompassivo é ensinada (Mt 18.21-35). Fergurson considerando o texto observa:
Aqueles que são compassivos, havendo sido perdoados de uma dívida no valor de um milhão, não devem então exigir e reivindicar que lhes sejam restituídos alguns poucos centavos de alguém que lhes deve. Certamente, pessoas podem e conseguem agir de tal forma (o credor na parábola, por exemplo). Mas se assim procedem, é sinal de que elas ainda não compreenderam o privilégio que lhes foi concedido.
Portanto, quando mencionei a “situação um tanto quanto problemática”, não é em relação a salvação, mas a característica que marca a vida de um discípulo de Jesus: a misericórdia. Algumas pessoas ficam presas na discussão como um hamster numa gaiola: correndo numa rodinha. Acaba que esse assunto pode distrair, se ficarmos presos nele.
SEGUNDO, nós costumamos dizer que “se deve demonstrar misericórdia”, não é mesmo? Mas O QUE É MISERICÓRDIA? Segundo alguns estudiosos, “a misericórdia inclui bondade, mas é mais que isso”. Fergurson usa a seguinte ilustração:
Certa pessoa expressou essa diferença de maneira um tanto pitoresca, mas com precisão: a bondade é um amigo lhe telefonando quando você está bem; já a misericórdia é um amigo lhe telefonando enquanto você está doente.
Na parábola do Bom Samaritano, temos a melhor expressão do que significa misericórdia (Lc 10.30-37). No versículo 37 Jesus pergunta qual dos três viajantes provou ser o próximo do homem que fora atacado por ladrões. Um interprete da lei respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele”. Deste modo o samaritano ilustrou o significado de misericórdia.
Este, o Samaritano, com seu exemplo, nos leva a notar duas coisas importantes que compõe a misericórdia:
1. A misericórdia atenua as consequências do pecado na vida das pessoas (tanto do ofensor quanto do ofendido).
Comentando a parábola, certo estudioso diz:
O samaritano não lidou com o que causou a necessidade do ofendido, perseguindo os salteadores (ele não buscou retaliação). Ele não reclamou sobre a falha da sociedade em suprir a necessidade daquele homem (tal protesto não era a solução apropriada para a condição do ofendido). Em vez disso, o samaritano buscou trabalhar no contexto da necessidade imediata colocada em seu caminho e fornecer alívio.
Entre os cristãos primitivos, era comum pensar no próprio Jesus como o Bom Samaritano. Ao se deparar com textos como Mt 12.18-21, quando lemos que nos v.19-20, onde nos é relatado que ele não terá sua voz ouvida nas praças, e no que diz respeito a cana já machucada, ele não a esmagaria. Ele iria até os que necessitavam de misericórdia.
Mas alguém pode perguntar: não haverá espaço para procurar justiça? Ou, até mesmo fazer uma queixa profética? Sim. Contudo, nenhuma destas atitudes representam o exercer misericórdia.
Por isso, misericórdia é “arregaçar as mangas, curvar os joelhos e fazer o possível para restaurar a dignidade da pessoa em questão.
2. A misericórdia não se esconde atrás de escrúpulos antibíblicos a fim de se proteger do serviço custoso.
Você lembra o que fizeram na parábola O Sacerdote e O Levita? Passaram longe do homem machucado. Porque eles não tocaram no homem? Porque ele poderia estar morto e eles ficariam cerimonialmente imundos. Isso poderia mexer com a “rotina normal” deles.
Mas, o Nosso Senhor teria ignorado este fator - o tornar-se cerimonialmente impuro - para exercer misericórdia. Quando o Senhor ressuscitou o filho de uma viúva, ele tocou no “esquife” (caixão) (Lc 7.14). Quando o Senhor ressuscitou a filha de Jairo (Lc 8.53-54), tocou na menina enquanto riam dele.
Por isso, comentando o texto, alguém já disse:
É preferível se arriscar e tornar-se cerimonialmente imundo a falhar em mostrar misericórdia ao necessitado! Afinal, não é pecado encontrar-se imundo a cerimônias, mas, invariavelmente, é pecado não demonstrar misericórdia.
Haviam aqueles que estavam caminhando próximo do Senhor mas não tinham alguma misericórdia. Judas Iscariotes era este. Ele não se importava de fato com os que eram alvo da misericórdia. Veja quando o Nosso Senhor fora ungido com um perfume caríssimo e o mesmo reclamou de isto ser um desperdício (Jo 12.1-6). Ele falou assim, não por preocupação com os pobres, mas por ser ladrão (v.6).
CONCLUSÃO
Você é como Jesus nesse sentido? Você já socorreu o ferido? Ou foi apenas aquele que ficou curioso com o que aconteceu (queria saber todos os detalhes) e não se ocupou em arregaçar as mangas e fazer algo em seu favor?
Devemos lembrar que “Jesus não está escolhendo diferentes grupos de pessoas para oferecer recompensas específicas àqueles que manifestarem determinadas virtudes. Cada um de nós deve receber e manifestar todas as virtudes contidas nas bem-aventuranças”. R. C. Sproul.
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